domingo, 20 de fevereiro de 2011

Reforço das longarinas para adaptação de agregado para câmbio e CT

Um dos "erros de projeto" que mais me incomodam em um NIVA é a estúpida idéia que tiveram de "pendurar" o conjunto câmbio/caixa de transferência no assoalho.  Na certa o projetista estava encharcado de vodca.
O motor fica apoiado em dois coxins, um de cada lado, parecendo uma galinha em um poleiro.  A cada aceleração e desaceleração, o que o impede de ficar se balançando é o câmbio, que é preso por um único suporte ao assoalho e a este é acoplada a CT, também presa por dois coxins ao assoalho.
Como é (ou seria) óbvio, a chapa do piso, apesar do singelo reforço interno, não aguenta e racha.  Principalmente do lado direito (carona) devido ao calor do cano de descarga que por ali passa, que ajuda a enfraquecer ainda mais aquele ponto.
Minha idéia é a confecção de um suporte que, preso às longariras, serviria de base de sustentação do conjunto.  Ou seja, o câmbio e a caixa de transferência ficariam apoiados em uma base firme e sólida e não pendurados na chapa do assoalho.
Mas, as longarinas também não primam pela resistência.  Elas são confecionadas por chapas dobradas e ponteadas e como esse serviço era (ou ainda é?) feito por humanos, apresentam irregularidades nos pontos de solda, nas dobras e na montagem das longarinas. 

 Nesta imagem, o reforço onde é fixado o tirante traseiro.
Seria excesso de vodca ou falha na visão?

Com isso, determinados locais apresentam pontos fracos que, podem variar de NIVA para NIVA, mas, em uma determinada região das longarinas parece ser comum em todos:  bem em baixo da parede corta fogo, junto à base onde são presos os tirantes dianteiro.

Aqui, as setas verdes indicam os pontos (irregulares)
onde a chapa da longarina é fixada com ponteadeira.  
As setas verdes mostram a chapa descentralizada (para a esquerda)

Por isso, resolvi reforçar trecho da forma que demonstro a seguir, pois foi a que me pareceu mais prática e econômica.  Basta o auxílio de um bom soldador em solda com eletrodo.
O material usado foi 4 metros cantoneira de 2" (polegadas) e uns 2 metros barra chata na mesma medida.
 A longarina original no trecho do câmbio/CT, 
já com o revestimento raspado e pronta para a soldagem.

Neste ponto, bem em baixo da parede corta fogo, 
as setas indicam uma trinca na longarina.
No detalhe circulado, os pontos a serem reforçados.

A cantoneira usada.

 Em cada lado da longarina, um pedaço de cantoneira.
Uma das laterais da mesma no assoalho e a outra na lateral da longarina.
Fazer isso para as duas laterais de cada longarina.
São usados quatro pedaços de cantoneira com cerca de 90 cm de comprimento.

A cantoneira abrange todo o trecho reto da longarina.

Unindo as duas cantoneiras, na parte inferior da longarina, 
a barra chata faz o fechamento.
É importante, nesta etapa, apenas pontear as peças, para depois fazer o fechamento com um cordão de solda, evitando assim que o calor possa empenar as peças.
Note-se o pequeno espaço entre as cantoneiras e a barra chata.  
Ao soldar, as três peças (cantoneira, barra chata e longarina) serão unidas entre si.

 No detalhe, o prolongamento do reforço de modo a fortalecer a área mencionada 
anteriormente, em baixo da parede corta fogo, onde haviam trincas.

Vista geral, ainda sem acabamento.




Mais algumas imagens.

Antes que me perguntem pelo agregado que irá apoiar o conjunto câmbio/CT, informo que ainda não foi executado, mas, será idêntico ao confeccionado para o "Pangaré".  Nos próximos dias (ou semanas), será devidamente apresentado aqui com todos os detalhes de construção.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

"Tesouro" russo

Ao limpar o interior das caixas de ar que se encontravam cheias de barro, senti atrás da coluna traseira esquerda algo parecido com massa de calafetar ressecada.
Quando retirei aquele bolo, ao esfarelá-lo entre os dedos, tateei um objeto duro que, a princípio, pensei ser uma arruela.  Estava enganado, era uma moeda.
Até aí, tudo bem.  Não é incomum encontrar-se moedas ou outros pequenos objetos perdidos nos recantos pouco acessiveis de automóveis.  Mas, esta era uma moeda russa de 15 kopeks (15 centavos de rublo) e foi cunhada no ano do nascimento deste BACALHAU. 

 A seta verde indica o pé da coluna atrás da qual foi encontrada a moeda,
 que após limpa
 revelou a sua origem.
 Nem o tempo e a sujeira...
... lhe causaram danos.

Caixas de Ar

Mais uma vez a máxima "Carro e casamento só se conhece os podres depois de assinados os papéis" vem a se confirmar.  É só começar a cutucar que se começa a ver o que não se queria.
Com o "Félix" não podia ser diferente.
Apesar de ser um carro muito bem conservado, o estado do interior das caixas de ar demonstravam ser esse um dos pontos fracos da lataria.

 Não procura porque senão acha.
 O lado de fora já era.
 O do meio também.
 É melhor arrancar logo tudo.
 Com o auxílio de uma dobradeira de chapa...
 ... ficou fácil fazer novas chapas internas e externas para a caixa de ar.
 A exemplo do que fiz no "Pangaré", resolvi ligar as duas colunas com um perfil de ferro "U".
 Aqui onde será soldado na coluna traseira...
 ... e aqui, na dianteira.
 Além de reforçar a estrutura do vaículo, serve como barra contra impactos laterais.
 A nova caixa de ar interna.
 A parte interna da dianteira esquerda.
 Nova caixa de ar externa.
 Com o acabamento dianteiro...
 ... e o acabamento traseiro.
Vista geral.

Reforço das Longarinas Traseiras para Instalação de Reboque

Depois de uma longa inatividade, vamos atualizar a reforma do "Félix".
Como já se viu muitas vezes, é comum partes da estrutura do NIVA serem arrancadas ao se puxar ou ser puxado pelos suportes destinados a esse fim ou mesmo pelos pára-choques.
Na traseira do veículo, p.ex., existem dois olhais teoricamente destinados a esse fim.  Digo teoricamente porque na prática não servem para isso.  Além do NIVA não possuir chassis e sim longarinas feitas de chapas finas, esses olhais são fixados em locais que não têm a resistência necessária para tracionarem o próprio peso do veículo.  Imagine colocar um suporte de reboque em um NIVA sem prepará-lo para isso.
Resolvi então, fazer alguns reforços em sua estrutura traseira.
As fotos a seguir creio que dispensam maiores comentários.  Foram usadas cantoneiras de ferro de 2" (polegadas) e perfis de ferro "U" nos reforços.

A foto acima mostra um pedaço de cantoneira reforçando o apoio dos olhais de reboque.  Entre o olhal e a cantoneira, podemos ver a fina chapa original que prendia esse olhal.
 Os parfusos foram substituídos e porcas foram soldadas aos olhais que antes possuíam roscas.
 Abaixo do reforço, outra longarina (invertida), servindo de apoio reforçado para os tubos de fixação dos pára-choques, que serão aí introduzidos.
 Outra vista do conjunto.
 Visão lateral.
 Já devidamente soldado à longarina.
 Visão inferior.  Este conjunto ainda será mais reforçado com novas cantoneiras que se estenderão ao longo da longarina de forma a dissipar os esforços pela mesma.
 Aqui, um dos dois pedaços de perfil "U" que serão soldados à travessa, junto aos suportes superiores dos amortecedores traseiros.
Estes reforços aumentarão a resistência à tração do reboque e estabilização do mesmo.
 Pedaço de cantoneira a ser soldada na longarina e interligada aos suportes dos pára-choques traseiros.
 Visão geral dos reforços e suporte do reboque.
 À direita desta imagem, as linhas coloridas indicam os vários pedaços de cantoneira que compõem o reforço das longarinas.
 Vista posterior do reboque.
Vista inferior do reboque, ressalvando que os parafusos que aparecem serão substituído por outros de dimensões adequadas.